
Já está à venda a nova consola da Nintendo, a Switch 2, a sucessora daquela que é a plataforma de gaming mais bem-sucedida da fabricante japonesa e que ainda está na corrida para bater o recorde da PlayStation 2. Atualmente, com a mais recente revisão dos números da Sony, a PS2 vendeu 160 milhões, depois de anos estacionado nos 155 milhões de unidades. Nos mais recentes dados da Nintendo, relativos a 31 de março de 2025, a Switch estava nos 152 milhões. A consola conseguiu ainda a proeza de vender quase 1,4 mil milhões de jogos.
A nova consola herda assim a responsabilidade de continuidade, quebrando com a filosofia de oferecer a cada nova geração formas totalmente refrescantes e inovadoras de se jogar. Recorde-se as capacidades dos comandos com sensores de movimentos da Wii, as experiências assimétricas da Wii U, quando introduziu o “tablet” e o formato híbrido entre consola portátil e de mesa da Switch.
A Switch 2, como o nome indica, é uma extensão da consola lançada em 2017 com a promessa de não apenas melhorar, como introduzir novas funcionalidades. A possibilidade de usar os JoyCons como ratos, o sistema de GameChat para a comunicação, entre outras funcionalidades que o TEK já listou no primeiro contacto com a consola e os primeiros jogos, incluindo Mario Kart World que também experimentou.

O maior lançamento de uma consola Nintendo em Portugal
Em vésperas do lançamento da Switch 2, o TEK entrevistou Jorge Vieira, brand manager da Nintendo Ibérica. Salienta que o lançamento da consola é fruto de um trabalho de muitos meses, neste momento com um pé em Madrid e outro em Lisboa, onde está a coordenar o grande evento nos dois países.
Talvez a pergunta mais importante, considerando o caos gerado pelas ruturas de stock no Japão e nos Estados Unidos, levando o presidente da Nintendo a alertar os fãs que poderia não haver consolas para todos no lançamento. Apesar de não poder adiantar números concretos das reservas no país, deixa a pista de haver consolas para todos.
"Vão haver unidades suficientes para todas as pré-reservas. Este vai ser, de longe, o maior lançamento de uma consola Nintendo em Portugal. Facilmente o dobro das vendas em relação à Switch no Day One, contabilizando as consolas vendidas até ao primeiro domingo desde o lançamento".
A fabricante tem procurado, nas últimas semanas, garantir consolas em todas as lojas, embora Jorge Vieira considere que em certos pontos do país possa haver dificuldades na venda se houver muita procura. Mas fica a promessa que a Nintendo vai continuar a fornecer consolas nas próximas semanas para aqueles que não conseguiram comprar no primeiro dia. Parte do esforço tem sido feito para evitar os chamados “scalpers”, indivíduos que compram o máximo de consolas para vender mais caro quando estão esgotadas nas lojas.

No caso do canal direto da Nintendo, as contas dos jogadores mais fieis à marca tiveram prioridade no pré-compra. Apesar da medida não abranger as grandes superfícies como a Worten e a FNAC, pelo que Jorge Vieira sabe, estas lojas estavam a pedir o valor total das consolas para evitar segundas intenções na compra.
Fazendo uma comparação do lançamento da primeira Switch em 2017 com a nova consola, Jorge Vieira aponta serem tempos totalmente diferentes. Há oito anos a Nintendo vinha de uma Wii U que foi o maior flop de vendas entre as consolas de sala da fabricante e havia expetativas na Switch por ser uma plataforma totalmente diferente. “Este ano é diferente. Há certamente uma maior familiaridade com a Switch 2, em termos de formato da consola, não havendo aquele salto no desconhecido como em 2017”.
Ainda assim, considera que existe também expetativas relativas às novas funcionalidades da Switch 2 que não existem na primeira, tais como o sistema de Game Share, a transformação dos comandos JoyCons como rato, a expansão do serviço Switch Online com a adição dos jogos da GameCube e o sistema de upgrade dos jogos da primeira Switch para a Switch 2.
Jorge Vieira considera que existe uma sensação de continuidade, mas com muita expetativa sobre os novos serviços e funcionalidades da consola. “Apenas quando começarmos a ver as pessoas a partilhar as suas experiências com a nova consola nos primeiros dias, a explorar os jogos, é que vamos saber”. Destaca ainda o suporte dos jogos third party e está curioso para ver títulos como Cyberpunk, Hitman ou Split Fiction se vão comportar na consola. “Em 2017 as atenções estavam focadas em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, ou seja, como mais atenção no novo título da série do que propriamente na nova consola. Agora é sobre Mario Kart World, que mesmo sendo um jogo muito familiar, tem muitos segredos na Switch 2”.
O foco deve estar nos jogos, não no hardware
O responsável da Nintendo Ibérica sacode o foco no hardware da consola, por não ser disruptivo nem tão poderoso como o das suas rivais da Sony e Microsoft, como é norma a cada geração, para os jogos. É nas ofertas de software que a fabricante japonesa pretende arrancar o “factor Wow!” dos jogadores. E dá mais uma vez o exemplo de Mario Kart World, que sendo muito semelhante a nível da experiência-base das corridas, oferece muita coisa nova e fresca. “Quando se cruzam os títulos com as funcionalidades de Game share, o rato e outras funcionalidades e experiências novas, que eventualmente não são tão visíveis quando se olha para o hardware, serão certamente com os jogos”.
Sobre os seus próprios gostos pessoais, além do óbvio jogo de karts protagonizado por Mario e companhia, Jorge Vieira diz que Cyberpunk 2077 é o título que mais quer jogar. “Joguei há alguns anos no PC, mas não tenho disponibilidade para estar em frente ao computador a jogar, por isso, em modo portátil vou jogar”. Afirma que está curioso pelo Fast Fusion, criado por um estúdio alemão que já tinha oferecido o Fast RMX, considerado como sucesso espiritual de F-Zero. Além de querer revisitar alguns clássicos da GameCube, aponta como “guilty pleasure” o Civilization onde quer experimentar as funcionalidades de rato dos JoyCons. “Nem quero imaginar ter um Football Manager onde posso usar o rato”, aponta como outro exemplo, tendo ainda como gostos pessoais o Delta Rune, jogo produzido pelo estúdio de Undertale.
Veja na galeria imagens do evento de lançamento em Paris:
Apesar da Nintendo estar a lançar apenas um grande jogo no catálogo inicial, Mario Kart World, já está previsto Donkey Kong Bananza para o próximo mês, seguindo-se depois Mario Party Jamboree no seguinte, Metroid 4, etc. “Até ao final do ano esperamos ter uma vasta oferta de jogos para a nova consola”.
Uma das críticas que a Nintendo recebeu por parte dos fãs diz respeito ao aumento do preço dos jogos, como é o caso de Mario Kart World ou mesmo as atualizações dos títulos da primeira Switch. “Os preços, o presidente da Nintendo já explicou o que está na sua génese. A lógica será não existir um preço fixo, a Nintendo define os seus preços dos jogos mediante vários fatores, como o custo de produção, a logística, etc. O que se tenta fazer é alocar um determinado preço que se considere justo”.
Acrescenta que certos jogos valem cada cêntimo que se para por eles, pelo fator de diversão e a quantidade de horas de diversão que estes oferecem. Pegando exatamente no “mais caro” Mario Kart World, este oferece muitas horas de jogo, sendo um jogo reconhecido pela comunidade de fãs. Comparando com o que se paga para ver um filme em termos de duração, “este fator é importante, mas a valorização tem a ver com o estado emocional que este oferece e quanto se está disposto a pagar em relação a outros produtos semelhantes que talvez não se conseguira pagar tanto”.
Veja na galeria imagens da Switch 2:
Algo que diz ter aprendido quando entrou na Nintendo é que algo que passou a fazer sentido para si é que a empresa tenta não desvalorizar os seus produtos. “Tem de haver noção que os jogos envolvem muito trabalho e muitas pessoas, existindo um valor de custo associado. E não vais querer desvalorizar os serviços ou jogos, sendo estes que ditam as regras do mercado”. Nesse sentido, os jogos têm um preço de acordo com o valor que as pessoas lhe deem, não havendo uma regra fixa e chama a atenção que Mario Kart World e Donkey Kong Bananza, ambos jogos AAA produzidos internamente, têm preços diferentes. Tal como o preço a pagar pelas atualizações vai variar de jogo para jogo, voltando a afirmar que a Nintendo não pretende fixar um novo patamar no preço dos jogos.
Para o lançamento da Switch 2, a Nintendo Portugal promete colocar “a carne toda no assador”, com eventos de lançamento em grandes superfícies como a Worten e FNAC. Vai ter publicidade na televisão, cinema e nos outdoors, com cartazes e autocarros. Mas o foco não será apenas a consola, como os jogos Mario Kart World e Donkey Kong Bananza. “Para o resto do ano, o objetivo é estabelecer a Switch 2 como plataforma de eleição para os fãs da Nintendo e de videojogos, esperando voltar aos eventos com os consumidores como no passado. Denota ainda que algumas lojas espalhadas pelo país vão ter unidades de experimentação, para que todos possam experimentar a consola.

Questionado sobre campanhas de retoma da primeira Switch, Jorge Vieira diz que a Nintendo não tem programas próprios, mas que os retalhistas estão a fazer sistemas de troca. Exemplo disso é a Worten, que oferece até 140 euros pela Switch antiga.
Esta é a terceira consola que Jorge Vieira lança em Portugal, incluindo a Wii U e a primeira Switch. “Em 2012 estava muito curioso, porque estava há menos de um ano na Nintendo, depois de ter passado do outro lado da barricada quando era jornalista e fazia a cobertura destes lançamentos, depois passei a vendê-las”. Já em 2017, a sua curiosidade prendia-se pela reação das pessoas em tomar contacto com uma consola híbrida.
“Muitos não acreditavam no sistema, achavam que era um truque arrancar a consola fora da dockstation e mantê-la a funcionar”.
Para finalizar, considera que o lançamento da Switch 2 vai correr bem, “o gaming está no bom momento, mas ao mesmo tempo a indústria precisa de um empurrão, precisa de ar fresco”.
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